terça-feira, 18 de junho de 2013

Sequência Didática: Conto Pausa

1-Público-Alvo: 8ª série/9º ano
2- Objetivo: Reconhecimento da tipologia narrativa, conto e crônicas contemplando as estratégias de leitura, segundo Roxane Rojo.
3- Ativação do conhecimento de mundo e localização e/ou cópia de informação e definição de finalidades e metas da atividade de leitura.
Nesta etapa o aluno pesquisará notícias de jornais do jornais que lhe tenham chamado a atenção (engraçados, pitorescos e chocantes). De acordo como Rojo o leitor estar constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-las. Portanto neste momento o aluno passará a buscar referências para o estudo proposto.
Após a pesquisa dos alunos haverá a socialização na qual os alunos farão comentários sobre as notícias que trouxerem.
Ainda de acordo com as estratégias de Rojo, o professor aproveitará o momento em questão para ativar os conhecimentos de mundo dos alunos, preparando-os para a leitura (o professor fará provocações sobre as situações do cotidiano: atitudes estranhas, reações animalescas e fuga da realidade).
Sendo a literatura representação das atitudes humanas em todas as suas dimensões, o professor neste momento definirá as finalidades e metas da atividade de leitura, demonstrado aos alunos a diferença de crônica e conto, dando ênfase na semelhança dos gêneros e como se aproximar da vida real (fazer relação com a notícia).
4- Antecipação ou predicação de conteúdos dos textos: checagem de hipóteses, comparações de informações, generalização, produção de inferências locais e globais.
Será apresentado, aos alunos o conto PAUSA de Moacy Scliar, sem revelar seu gênero e a primeira pergunta que poderá ser feita é o porquê da fuga constante do personagem principal.
Espera-se aqui que o aluno levante hipótese do que foi proposto na pergunta revele o que entendeu das propriedades do texto. É um conto ou uma crônica?
Após as respostas dos alunos, o professor explicará que se trata de um conto, enfatizando as características que são próprias deste gênero.
● Para fixar a compreensão do texto serão propostas algumas questões que trabalharão a interpretação no tocante a generalização de inferência local e global.
a) Comprove com passagens do texto o cansaço inerente ao personagem principal.
b) Observe a passagem abaixo.
“Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas”
● De acordo com este trecho, pode-se concluir que o personagem está em busca de uma vida mais tranquila. Justifique.
c) Uma personagem que ganha destaque no currículo da narrativa e a mulher de Samuel. Em sua opinião de que forma ela contribui para a “Pausa” dele.
5- Recuperação do contexto de produção, percepção de intertextualidade e interdiscursividade, percepção de outras linguagens. 
● Ainda enfatizando a diferença entre conto e crônica, o professor apresentará aos alunos o autor Moacyr Scliar, gaúcho que faz percorre sua escrita tanto no campo conto como na crônica.
● Escreveu por muitos anos crônicas no Jornal Zero Hora, de Porto Alegre e na Folha de São Paulo.
● Após os alunos terem contato com a vida e obra do notável autor recuperam-se as notícias de jornal, mas agora no campo da televisão. O professor trabalhará a interdiscursividade, trazendo os “bordões” dos apresentadores e a sequência sempre repetida de Samuel.
● Depois dessa interação retomaremos o texto “pausa” de forma a relacionar o nosso cotidiano repetitivo com o cotidiano repetitivo de Samuel. Aos alunos poderá ser lançada a hipótese: “nós também queremos uma pausa” ?
● No que se refere à intertextualidade o professor dará como atividade de leitura complementar o texto “passeio noturno parte I” de Rubem Fonseca. Além de fixar mais uma vez as características do conto, o aluno poderá perceber a fuga semelhante do personagem deste conto com a de Samuel.
● Nesse momento o professor poderá fazer uma roda de discussão, para que haja percepção de outras linguagens: o professor trabalhará como texto final a música cotidiano, de Chico Buarque de Holanda.
● Ainda na roda de discussão, o professor questionará aos alunos as semelhanças e diferenças dos sentimentos e atitudes em relação à rotina dos personagens da música e dos contos. (A rotina boa e ruim).
6) Elaboração de apreciação estéticas e efetivas e elaboração de apreciação relativas a valores éticos e ou políticos.
Mantendo a dinâmica da roda de discussão, o professor iniciará provocações acerca dos textos lidos, destacando o cotidiano que os alunos têm levado e quais são suas fugas.
Algumas possíveis provocações:
a)      A internet e os vídeos games são uma fuga entre os adolescentes?
b)     Vocês conhecem os RPGs? Será uma fuga em busca da pausa?


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Apresentação

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM DE LEITURA



Texto: Meu primeiro beijo- Antônio Barreto

É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo. Te amo muito! Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.

De: Alini

As atividades serão mediadas pelo professor, que orientará os alunos na realização das mesmas individualmente (2,4) ou em grupo (1,3,5 e 6).

1-    Ativação de conhecimento de mundo

Apresentação do título e discussão:

·      Qual assunto possivelmente será tratado?
·      A quem pode se referir o beijo?
·      Quem já beijou, em que idade?
·      Qual é o momento ideal para a ação? etc

2-    Localização de informação, comparação…

Leitura silenciosa e checagem das hipóteses, leitura pelo professor e apresentação do livro.

Elaboração de ficha: título, tema, autor, fonte de publicação.

3-    Inferências locais e globais

Análise da linguagem e do vocabulário:

·      De que formas o personagem é chamado? Por quê?
·      É possível compreender mesmo não conhecendo alguns termos?
·      Identificá-los para uso do dicionário.
·      Comentar o apelido “Cultura inútil” (questão social)

4-    Recuperação do contexto de produção

Pesquisa na informática: autor/biografia, época/contexto histórico, romance/características, obra/contos…

5-    Intertextualidade/ Interdiscursividade

Música “Já sei namorar” e/ou filme “Meu primeiro amor” – analogia com os outros textos, enfocando o discurso científico no primeiro.

6-    Percepção de outras linguagens

Diálogo sobre as sensações durante a leiura e as percebidas no texto Primeiro beijo: “calorzinho (…)”, “fechei os olhos”, “senti sua respiração ofegante” etc.
Instigar os alunos a conversar com pessoas mais velhas para comparar esse momento (beijo) com a realidade hoje.
Após, partirão para produções: entrevista, enquete, gráfico e cartazes.



Texto:  Avestruz - Mario Prata
De: Maria

1º passo  - Ativação de conhecimento

Perguntas aos alunos:

1) Você tem algum animal de estimação? Quais?
2) Já viram uma avestruz? Como é? O que come? Onde vivem?

2º passo – Partindo do pressuposto que o aluno já tenha conhecimento do gênero Crônica, fazer perguntas como: onde costumam ler este tipo de texto? A partir daí retomar o conceito sobre gêneros.

Checagem de Hipóteses
Antes da leitura – perguntar o que eles esperam de um texto com esse título. Que tipo de situação do cotidiano envolve uma avestruz?
Leitura do texto – Ler a primeira frase do texto, confirmando assim a hipótese inicial.
Para criar o suspense, perguntar se acham que ele vai ganhar ou não o presente.
Ler todo o parágrafo verificando se encontrou alguma palavra desconhecida e se chegaram ao significado da mesma pelo contexto.
Apresentação dos lugares – verificar o que sabem sobre o bairro e as cidades apresentadas no texto.
Em seguida verificar com os alunos sobre a possibilidade de ter a avestruz como animal de estimação.
Ler até o nono parágrafo e perguntar sobre os conflitos característicos do texto narrativo,já visto anteriormente ao qual se constrói todo o texto, assim chegarão à ideia principal.
Recontagem oral da historia – Perguntar aos alunos se acham que o menino ganhará ou não o presente.
Comentar com eles sobre a possibilidade de transportar uma avestruz em um avião.
Fazer a leitura  até o final, confirmando a hipótese de que o menino não recebeu a avestruz e questionar por que o narrador sugere um psicologo.


Texto: Pausa - Moacyr  Scliar

De: Alexandra e Availson

Parte 1: Ativação do conhecimento do mundo.

 Atividade 1
Explicar para os alunos que eles serão divididos em grupo e cada grupo irá interpretar para a sala uma rotina de nosso cotidiano em forma de mímica.· Após a apresentação de cada grupo a sala deverá adivinhar a rotina descrita.· Quando a sala adivinhar a rotina descrita o professor debaterá com a sala a seguinte questão: “O que poderia ser feito para quebrar, ou dar uma “pausa nesta rotina?”·Rotinas  que poderão ser sugeridas para as mímicas: dona de casa, professor, aluno,  coletor de lixo, padeiro, médico, dentista.

Atividade 2
Roda de conversa. Tema proposto: Rotina -Efeito positivo ou negativo em nossa vida. Como? Por quê?
Após as apresentações das mímicas e discussões sobre a pausa na rotina, explorar com os alunos em roda de conversa, a questão do efeito da rotina em nossa vida, podendo ele ser positivo ou negativo. Levantar questionamento de como podemos ter uma rotina enfadonha ou suave.

Parte 2: Antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades do texto. Checagem de hipóteses. Localização e /ou cópia de informações, comparação de informações. Generalização.  Produção de inferências globais. Produção de inferências locais.

Atividade 1_
Roda de conversa *Explorar os aspectos textuais Quem é o autor? Qual é o tipo de texto? Que características  que este gênero apresenta? Qual é a fonte do texto? O que o título nos sugere?

Atividade 2 
Responder as questões  a propósito do texto. 
1- No primeiro parágrafo há uma sequência de ações que Samuel faz rapidamente até chegar à cozinha para fazer seu lanche. Quais verbos indicam estas ações? Em qual tempo eles estão empregados?
2- Ainda no início do texto o narrador nos deixa algumas pistas sobre o relacionamento de Samuel e sua esposa. Como podemos descrever este relacionamento? Quais pistas textuais comprovam sua resposta
3- Em sua opinião, por que Samuel tinha o hábito de todos os domingos ir ao hotel?
4- O que te fez chegar nesta conclusão? Explique.
5- Depois de ler o texto, podemos concluir que o titulo “ Pausa” é  adequado ao texto? Por quê?
6- Observe o seguinte trecho do texto:“ Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:_ Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo curto.”
a)   Qual o significado das expressões destacadas neste contexto?

Parte 3: Intertextualidade Atividade
1: Música e roda de conversa. Levar para os alunos a letra da música: Cotidiano, de Chico Buarque, e depois de ouvirem a música trabalhar em roda de conversa as seguintes questões;· Há alguma rotina descrita na letra da música. Qual? Como o eu lírico encara esta rotina? A rotina descrita na música e a mesma rotina descrita no texto Pausa?

Parte 4: InterdiscursividadeAtividade
1; Produção de paródia.
Propor aos alunos a reescrita do texto Pausa em forma de paródia utilizando como base a música: Cotidiano de Chico Buarque de Holanda.


De Angela

quarta-feira, 12 de junho de 2013

 Analisando as falas  no vídeo de Gabriel Pensador e Gilberto Gil, ambos os personagens abordam a importância da leitura e escrita, uma atividade que devem ser praticadas tanto na escola como também no contexto familiar. Pois, a cada leitura realizada é um enriquecimento, tanto no vocabulário como também na aquisição de novos saberes e novas culturas.
Por outro lado, observa-se através do trabalho de Gabriel Pensador, uma crítica  em torno do contexto escolar, por meio da canção "Estudo Errado", na qual é possível perceber que os alunos estão desmotivados para aprender, além disso as famílias estão se omitindo de participar da vida escolar dos filhos, deixando passar despercebido a leitura e escrita fora do ambiente escolar, atribuindo toda essa responsabilidade a escola.



Depoimento de leitura e escrita de Raquel


Minha experiência com leitura e escrita, surgiram em minha infância. Na verdade, cursava o terceiro ano (antigo primário)e a professora colocava na lousa uma imagem de calendário para realizarmos a tal "composição"; hoje a produção textual. Eu, realmente me entregava à aquela imagem e escrevia muito. A partir desse exercício, comecei a escrever muitas histórias e ficava em casa o tempo todo escrevendo. Minha mãe emocionada com o que eu escrevia, deu-me de presente uma máquina de escrever. E quando terminava mais uma história, eu lia para ela.
Diante das imensas dificuldades financeiras que enfrentávamos, eu sempre vivia em bibliotecas emprestando os mais diversos livros de histórias para ler e depois ao entregá-los sentia muita tristeza,pois queria-os para mim. Hoje, continuo viciada em leitura e não posso entrar em livrarias ou sebos, que acabo gastando o que não posso. Mesmo as minhas leituras não sendo direcionadas durante minha infância, hoje a conclusão que faço, é que todas elas tiveram a função da humanização em minha vida. A leitura é o universo da causa da transformação de muitos seres humanos. Angela Raquel dos Santos (Professora de Língua Portuguesa na Rede Estadual) 

Música proposta para a atividade de leitura/ Intertextualidade com o "Meu primeiro beijo"





quinta-feira, 6 de junho de 2013

Convite

Viajar pela leitura

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim, sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!

Clarice Pacheco